Francisco César reiterou, esta sexta-feira, a importância da pesca do atum nos Açores como uma prática sustentável e certificada, para lamentar a decisão do Governo Regional em proibir esta atividade em zonas marinhas protegidas, sem ter por base qualquer fundamento científico.
De acordo com o Presidente do PS/Açores, que falava à margem de uma reunião com a APASA - Associação de Produtores de Atum e Similares nos Açores, esta é uma decisão que afeta “cerca de três mil pessoas que vivem à custa do setor na Região”.
“Aquilo que verificamos é que nas zonas marinhas protegidas não há nenhum estudo que diga que uma pesca que é feita a um peixe migratório que está à superfície e cuja captura é feita à linha, ou seja, em salto e vara, tenha impacto no ecossistema”, afirmou.
Para o líder socialista, que se fez acompanhar no encontro pelos deputados do grupo parlamentar do PS, “se queremos uma Região sustentável temos de aplicar o equilíbrio entre o meio ambiente e a população”.
Mas, conforme acrescentou Francisco César, é ainda contraditório que um Governo que aparenta estar preocupado com o meio ambiente não esteja quando “autoriza a utilização do glifosato no meio dos centros urbanos”.
“Esta é uma contradição. Por um lado, aceita pesticidas utilizados no meio da população, mas por outro, não aceita uma arte sustentável, que leva o selo de sustentabilidade para um conjunto de organismos, prejudicando a população, as conserveiras e os pescadores que dela dependem”, afirmou.
Na ocasião, o Presidente do PS/Açores sublinhou, ainda, o compromisso do Governo da República para compensar os pescadores impedidos de trabalhar em áreas protegidas, mas questionou a necessidade da restrição imposta.
“Se a pesca do atum não representa um risco para as zonas protegidas, então por que razão foi imposta esta proibição? Os pescadores açorianos não podem ser vítimas de decisões políticas erradas que ignoram a realidade do setor”, finalizou o Presidente do PS/Açores, Francisco César.